sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Revista ConVIDA: Vida Activa (2) - E-Portefólios em Ciências

E-Portefólios em Ciências

José Manuel Salsa

Não é novidade para ninguém o facto da Internet constituir uma fonte quase inesgotável de informação à distância de um clique. E adivinha-se o potencial educativo de tal recurso embora haja, ainda, um longo caminho a percorrer até ao correcto enquadramento da utilização da Internet em meio escolar.

Como é mais ou menos consensual, o paradigma do internauta navegador e consumidor de informação está ultrapassado. O mesmo raciocínio é aplicável aos alunos que utilizam, ou tentam utilizar, a Internet como suporte das aprendizagens. Defendo que, actualmente, as competências necessárias para publicar na Internet devem fazer parte da formação pessoal do aluno e é com base neste princípio que tenho tentado, nos últimos anos, que cada um dos meus alunos adquira essas mesmas competências num contexto de aprendizagem, no âmbito das disciplinas que lecciono.

O resultado do trabalho desenvolvido com alunos da Escola Secundária de Fafe tem sido representado em diferentes suportes on-line, desde blogues de apoio às aprendizagens dos alunos (como http://bio12esfafe.blogspot.com) passando, mais recentemente, por disciplinas na plataforma Moodle da escola. A partir daqui existem ligações para os e-portefólios dos diferentes alunos. No entanto, não encaro este trabalho como um fim mas, antes, como um meio auxiliar do aluno no desenvolvimento das suas competências e conhecimentos ao longo do ano lectivo. Nas linhas seguintes abordam-se alguns aspectos relacionados com a realização de e-portefólios de aprendizagem, no âmbito de uma disciplina...


1. Que aspectos devem ser tidos em conta, pelo professor, em ambiente de sala de aula?

  • Discutir as vantagens de uma reflexão e auto-avaliação sobre o trabalho desenvolvido.
  • Apresentar aos alunos a necessidade de uma constante actualização do conhecimento em Ciências.
  • Discutir as vantagens da partilha de informação.
  • Sugerir a criação de um e-portefólio como um meio para tal fim.
  • Definir a metodologia de trabalho.
  • Estabelecer regras e critérios claros de avaliação.
  • Explicar os procedimentos básicos para criar um e-portefólio.
  • Alertar para os cuidados na linguagem, na estética e salvaguarda dos direitos de autor.
  • Acautelar dificuldades individuais na concretização.
  • Incentivar regularmente à colocação de conteúdos no e-portefólio.

2. Que aspectos devem ser considerados no trabalho extra-aula?

  • Criar um blogue central ou disciplina no Moodle, do professor, com sugestões, informações úteis, e ligações para recursos e para os e-portefólios dos alunos.
  • Visitar regularmente os e-portefólios dos alunos e, eventualmente, deixar comentários.
  • Avaliar os e-portefólios com base nos critérios estabelecidos.
  • Dar a conhecer aos alunos a avaliação efectuada.
  • Ajudar a resolver problemas.

3. Que dados podem ser incluídos no e-portefólio?

  • Pequena apresentação do autor (perfil).
  • Opiniões sobre os temas em estudo nas aulas.
  • Reflexões sobre notícias, que devem ser resumidas, recolhidas na comunicação social, preferencialmente alusivas a temas em estudo nas aulas (referir sempre a fonte da informação).
  • Sínteses de trabalhos realizados nas aulas ou em casa.
  • Experiências realizadas nas aulas práticas.
  • Relatos sobre visitas de estudo ou aulas de campo.
  • Glossário de termos científicos.
  • Sugestões de websites ou outras fontes informativas interessantes.
  • Reflexões sobre os seus resultados escolares no âmbito da disciplina de Biologia.
  • Outros.

4. Quais são os critérios de avaliação do portefólio?

  • Adequação do conteúdo aos objectivos do portefólio.
  • Quantidade e qualidade da informação publicada.
  • Organização geral do portefólio.
  • Existência de informação reflexiva da sua autoria.
  • Indicação das fontes de informação.
  • Regularidade de publicação ao longo do tempo.
  • Ligações para outros portefólios e páginas web relacionadas.
  • Registo, quantidade e qualidade dos comentários realizados aos portefólios dos colegas.
  • Autonomia e responsabilidade demonstradas.
  • Apresentação do portefólio à turma no final do ano.

5. Em que formato é desenvolvido o e-portefólio?

Pode ser desenvolvido com recurso a diferentes suportes e formatos. Tenho sugerido a criação de um blogue, criado por cada um dos alunos em www.blogger.com. Com este trabalho, cada aluno aprende a produzir e publicar (mais do que a consumir) informação na Internet, algo considerado essencial na sua formação geral.

6. Com que regularidade devem os alunos actualizar o portefólio?

Fica ao critério de cada um, sendo que este é um dos critérios de avaliação. No entanto, não é necessário nem pode ser exigido um trabalho exaustivo. O portefólio não pode, nem deve, desviar o aluno de outras tarefas mais prioritárias. Mas como é um trabalho progressivo, ao longo do ano lectivo, pode ser viável e trazer vantagens para a aprendizagem do aluno.

7. O aluno tem de ter Internet em casa para fazer o portefólio?

Não. Pode desenvolver esse trabalho na escola ou noutro local público com acesso à Internet (juntas de freguesia, biblioteca municipal, etc.). Algum do trabalho poderá ser desenvolvido durante as aulas e articulado entre diferentes disciplinas.

8. Aspectos positivos

  • Contexto apelativo ao desenvolvimento de competências diversificadas pelos alunos, nomeadamente no que se refere à utilização de recursos TIC.
  • Incremento do gosto pela disciplina e pelo conhecimento científico.
  • Desenvolvimento do espírito crítico em relação a si e em relação aos outros.
  • Transparência das actividades escolares para a comunidade.
  • Fonte diversificada de informação actual e complementar sobre as matérias em leccionação.

9. Aspectos negativos

  • Risco de sobrevalorização, pelo professor e pelos autores, do e-portefólio em relação a outras actividades.
  • Exige um trabalho e dispêndio de tempo que podem ser consideráveis, tanto aos alunos como ao professor.
  • Envolve alguns riscos sobretudo quando acessível na Internet.
  • Pode realçar assimetrias entre os alunos no que se refere ao acesso às tecnologias e às competências na sua utilização.

10. Onde obter mais informação sobre portefólios?

  • Barrett.H. (2005). The Reflect Iniciative. White Paper. Reseaching Electronic Portfolios and Learner Engagement. Retirado de http://electronicportfolios.org/reflect/whitepaper.pdf
  • Barrett, H. (2006 ). Using Electronic Portfolios for Classroom Assessment [Electronic Version]. Connected Newsletter, 13, 4-6. Retirado de http://electronicportfolios.com/portfolios/ConnectedNewsletter-final.pdf.
  • Paulson, F.L., & Paulson, P.R. & Meyer, C.A. (1991). What Makes a Portfolio a Portfolio? Educational Leadership.
  • Santos, L. (2002). Auto-avaliação regulada: porquê, o quê e como? In P. Abrantes e F. Araújo (Orgs.), Avaliação das Aprendizagens. Das concepções às práticas. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento do Ensino Básico, 75 – 84. Retirado de http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/msantos/textos/DEBfinal.pdf
  • Silvério, C. (2006). Portfolios na disciplina de Ciências Naturais no 3.º ciclo do ensino básico. Um estudo de investigação-acção. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Geociências, especialidade em Ensino de Ciências Naturais (Ciências da Terra),Universidade de Coimbra.
  • Vilas Boas, B. (2005). O portfólio no curso de pedagogia: Ampliando o diálogo entre professor e aluno. Retirado de http://www.scielo.br.pdf

(Nota: Bibliografia sugerida pela Escola Superior de Educação de Santarém)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Revista ConVIDA: Literariedades (3)


O Espelho

O espelho é uma fonte,

Para leres um horizonte,

O espelho é a agua límpida,

Tórrida, parada a uma só vida!


O retrato é abstracto,

Mas tu podes vê-lo,

Uma visão do contacto,

Que te revela ao obtê-lo (…)


O que é o sonho?

É o dormir nas asas do tempo.

O que é a vida?

É um caminho puxado pelo destino,

E movido pela força do vento.


Ana Peixoto, 11ºJ

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Revista ConVida: Cadernos da Nossa Terra (1)

Fafe and the environment: a class report

While studying the module “The World around us” our class decided to make some research about the quality of the environment here in Fafe.

During our English lessons we have realized that environmental problems can be classified as local, regional or global on the basis of the area they are affecting. The way we have worked to write this class newsreport has also been quite different from the usual because in order to explain what we have learnt we decided to interview our colleagues and to listen to what they had to say. Thus, with our classmates’ pre-work, their research and their remarkable oral presentations in class, our mission became much easier.

The issues we questioned were recycling in Fafe, water pollution in Rio Ferro, fires, the European Car Free Day and Wind Power.

Recycling is one of the simple ways to help the world and consists of a process used to give “new life” to products. It brings us some benefits, for example, conserving resources, preventing emissions of greenhouse gases and water pollution, saving energy, create jobs and stimulating people to use green technologies. Our class discovered that most people in Fafe know what recycling means and say that they separate their garbage putting each item in the adequate container.

In what concerns water pollution, Rio Ferro seems really to be in bad hands. The majority of the population doesn’t care about it so they keep on polluting. People continue to dump their waste into the river. But the members of this group also told us that the contamination of the waters is mainly due to industrial / chemical discharges from some old factories that are still operating. It is deeply polluted because of the residues which are thrown into it without any previous treatment, similarly to what happens to many other Portuguese rivers. Unless there are successive and serious investments there seems to be no viable solution to get things right.

Another topic that we have studied is fires. Fires pollute the planet because they release huge amounts of CO2 and other toxic gases into the atmosphere. Apart from contributing to the destruction of the ozone layer, fires also destroy the habitat of many species. In Fafe they are one of the biggest causes for the loss of forests since lots of green places have already burnt. Population negligence and arsonists are the main causes for the fires that happen in our area. To prevent fires we have to clean and cut down the trees that are close to the houses, make conferences to educate and inform people and construct infrastructures. According to local firefighters, from 2001 to 2005, the villages of Várzea Cova and São Gens were the most affected ones in our region and in 2006 the villages which suffered the most were Santa Cristina de Arões and Vila Cova, with 836 hectares burned.

The European day without cars is an interesting idea and our city embraced this event since 2000. The main goals of the European day without cars is to influence people to choose public transport, create the opportunity to travel in the city with a different way and to demonstrate that less cars in urban areas is a synonym of higher quality of life to citizens. Vehicle emissions are responsible for millions of deaths and respiratory problems worldwide. So, each year on the same date, 22nd September, the European towns taking part in the operation (including Fafe) reserve an area for pedestrians, bikes and other "clean" vehicles. In our city we could practise several activities such as cycling, sliding, riding pedal cars, using inflatable. It is not a question of simply limiting traffic in certain streets but of enabling city dwellers to discover other means of transport and to experience this day without restricting their mobility. From a survey that our class did, it seems that most people, at least those who live and work in the city centre, aren’t still very fond of the idea.

Speaking of Wind Power, we discovered that one of the largest wind farms in Iberian Peninsula was built in Fafe. Indeed it is a big investment for us. As everybody knows wind energy is an alternative source of energy that must be supported and incentivated. European countries, including Portugal, lack energy resources in the form of fossil fuels, emit increasing amounts of CO2, but, at the same time, are world leaders in renewable energy and in the most promising and mature renewable technology - wind power. Some classmates questioned some locals and discovered that these people are already aware of the importance of the use of wind to make energy. Most of them said that the wind farm is really good for us because it is a renewable energy, non-polluting and it has a long durability. But they also said that there are some disadvantages too. The landscape destruction, the constant noise and some television interferences are some of the major troubles.

Fafe belongs to each one of us. Just keep it like a place where it is still enjoyable to live!

This report was written by

António Pedro Souto

Beatriz Carneiro

Catarina Soares

Cláudia Ribeiro

11ºF